Friday, October 05, 2007

Espera chegar no refrão!

Finalmente terminei de ler o livro de Luis Fernando Veríssimo que se materializou no meu guarda-roupa. (Sim, existe um portal mágico para as prateleiras da Siciliano - caso o livro seja seu, não venha estragar minha fantasia..já pedi pelo "Caçador de pipas" e tenho a ctz de que ele vai aparecer)
O nome do livro é "O jardim do diabo", o primeiro romance do ilustríssimo. Tinha cá minhas interrogações quanto ao desempenho do Sr. Veríssimo nesse gênero...mas gênio que se preze, é mestre em contos, romances, poesias, obituário de jornais, bula de remédio ou folhetim das Lojas Americanas.
Outra coisa que anda se materializando aqui em casa (digo isso quando desconheço a procedência ou não quero lembrar) são as revistas Caras. Como não aprecio muito aquela coisa de ver todos ricos, felizes e sem problemas (já me saturei com os contos-de-fada da Disney) eu só folheio vagamente, pelo prazer de virar páginas ou por gostar do desafio de procurar algo verdadeiramente interessante lá dentro (façanha para poucos). Quando, um dia, me surpreendo com o meu querido amado na Capa. Olhei duas vezes, acho que três, para me certificar. Sim, era ele, tocando Sax. Procuro o mesmo entre páginas de Carlas Perez ou Bundchens, até visualizar meu ídolo gordinho sorridente. Fiquei alguns minutos imaginando o que ele estava fazendo ali..(é como encontrar uma receita de bolo em um livro científico) e me surpreendi quando encontro uma frase do mesmo dizendo que preferia tocar à escrever. Como não escutei suas notas musicais, bato o pé e prefiro suas palavras.

Um trecho desse último livro:

"O tempo passa, as pessoas mudam, é uma tragédia.
É isso, a tragédia é que o tempo passa. A tragédia humana é essa. O tempo é o instigador, o tempo é o assassino, o tempo é o profanador. É por isso que a inocência é impossível. Só o atemporal é inocente e nada é atemporal, tudo acaba aviltado pelo tempo. E pela certeza da morte, que é o último crime do tempo."

2 comments:

me said...

É por isso que em sandman, a morte é uma moça jovem, bonita e muito sensível e consoladora, e Destruição, seu irmão, que antropomorfiza as mudanças do tempo abandonou seus afazeres... E é por isso tb, que Sonho é um rei as vezes gentil, as vezes assustador...

Anonymous said...

legal seus textos...
So acho q tu n foi mto feliz na comparaçao das receitas com seu ilustrissimo ídolo...
Nao seria melhor assim: "é como encontrar um artigo científico (o abençoado) num livro de receitas (porcaria da caras)"?
Sem a menor pretensao de criticar! So achei curioso...